Namastê,

Espero que aprecie este blogue, que partilhe experiências e que veja que a sua vida pode ser vivida de outra maneira.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Drenagem Linfática

O que é drenagem linfática? Como ela é feita?
É uma técnica de massagem que estimula o sistema linfático a trabalhar um ritmo mais acelerado, mobilizando a linfa até os gânglios linfáticos. Por esse processo são eliminados o excesso de líquido e as toxinas. “A drenagem linfática pode ser feita de forma manual, mecânica ou por meio de uma modalidade mais recente, a eletroestimulação”. Ela é aplicada com movimentos de pressão leve, suave, rítmica, lenta e precisa. 



Muita gente diz que a drenagem é dolorosa. Tem que doer para funcionar?
Não. A finalidade da drenagem é coletar os líquidos presos entre as células, colocá-los nos vasos capilares e, por meio de variados movimentos suaves, fazê-los caminhar para que sejam eliminados. Por isso mesmo, a massagem deve ser rítmica, sem muita pressão — já que a linfa corre na superfície da pele e seu fluxo é relativamente lento e precisa ser respeitado. Assim, não há a necessidade de manobras que provoquem dor ou desconforto. “A idéia é que ela seja inclusive relaxante, causando bem-estar”. O que acontece é que os locais com inflamação ou cicatrizes recentes podem estar mais sensíveis. 



A massagem deixa a gente roxa?
Não deve deixar, enfatizam todos os especialistas entrevistados. “O surgimento de hematomas indica que o estímulo foi muito agressivo e houve rompimento dos vasos e capilares venosos. Como já foi dito, a drenagem linfática verdadeira é suave.


A drenagem linfática profunda é capaz de modelar o corpo? Qual a diferença entre ela e a clássica?
A maioria dos especialistas afirma que a drenagem linfática não pode ser chamada de profunda. “Drenagem linfática é um estímulo externo do trabalho natural da linfa. Só existe uma maneira de fazê-lo: com manobras precisas, lentas, leves e superficiais”. “Muita gente confunde drenagem linfática com massagem clássica modeladora, executada com maior pressão das mãos para trabalhar os nódulos celulíticos e porções de gordura localizada e que pode, inclusive, deixar o corpo roxo”, conclui. 



Mas ela funciona sozinha?
Depende do que se espera do tratamento. Para reduzir a retenção líquida e favorecer a eliminação de toxinas, a drenagem oferece bons resultados. Para quadros de celulite e gordura localizada mais graves, costuma-se associar o uso de ultra-som, ondas eletromagnéticas que facilitam a dissolução de nódulos e gordura. 



Como a drenagem combate a celulite?
Qualquer que seja a causa dos furinhos — má alimentação, sedentarismo, cigarro, alterações hormonais, stress —, eles começam com um processo de retenção de líquido que acarreta má oxigenação do tecido. Sem a devida nutrição, ele endurece até formar os nódulos. “A drenagem quebra esse ciclo eliminando a retenção de líquido”. 



E a gordura?
Quando bem feita, a drenagem diminui a retenção de líquido em áreas do corpo que estão propensas ao acúmulo de gordura, como abdômen, coxas e culote, além de ativar o metabolismo, favorecendo a queima de gordura no corpo. 



E contra a flacidez, existe algum resultado efetivo?
Há controvérsias. Alguns profissionais defendem que ela não tem ação sobre a flacidez; outros, que ela melhora um pouco a aparência da pele, já que facilita a oxigenação local e a organização das células e fibras de sustentação. “A drenagem linfática pode contribuir na prevenção da flacidez de pele, pois está produzindo um tecido mais bem nutrido, mas ela não recupera a flacidez já existente, principalmente se houver sobra de pele”. “Para esses casos, existem métodos como a endermologia, intradermoterapia eprescrição de cremes com ativos como o DMAE.” 



Há a necessidade do uso de um creme para a massagem? Por quê?
Existem várias linhas de aplicação para a drenagem linfática. A técnica Leduc, uma das mais utilizadas, abre mão de cremes e recorre apenas aos movimentos suaves. Outros métodos usam cremes para melhorar o deslizamento das mãos. 



Quantas sessões são indicadas para os primeiros resultados?
Recomenda-se um mínimo de dez sessões para um resultado efetivo. “Mas, na primeira sessão, pode-se observar melhora visível no inchaço, na circulação, e no funcionamento do aparelho digestivo”. 



Há algum caso em que a drenagem é contra-indicada?
Ela é contra-indicada para mulheres com diagnóstico de tumores, abscessos e nódulos não-identificados. “As que têm histórico de problemas circulatórios serão as mais beneficiadas com a ação da drenagem, pois será mais visível a diminuição da retenção de líquidos. Mas ela apresenta bons resultados para todas”.



Quanto custa o tratamento?
As sessões variam de 60 a 120 euros, mas, fique de olho: as clínicas costumam fazer planos especiais para pacotes, em que a sessão cai para 30 ou 40 euros, em média. Confira. drenagem manual x drenagem mecânica As duas técnicas são boas e eficientes, mas a drenagem linfática manual é mais indicada em casos de redução de edemas e para pacientes com alteração hormonal (por conseguir realizar manobras mais suaves e poder contar com o controle da sensibilidade da terapeuta).

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Segunda oportunidade/ Voltar a despertar

Apenas um sonho guardado na prateleira.
Apenas um pensamento que puseste de lado,
mas estavas a mentir a ti mesmo
e a viver o dia-a-dia.


Agarra no teu coração e desperta-o.
Imagina-te de volta à corrida,
vai ganhar aquela taça de prata
e mostra a tua cara ao mundo,
Porque consegues fazê-lo,
não é impossível.
Apenas precisas de te trazer de volta.


Sempre o tiveste em ti,
Esteve sempre lá
Pareces ter perdido o teu caminho
e depois perdeste-te a ti


Não percas esta oportunidade,
Corre,corre,corre...
Para competir com o teu coração


Corre,corre,corre...
E agarra esta segunda oportunidade,
E agarra esta segunda oportunidade,
E agarra esta segunda oportunidade.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Como fazer uma massagem com pedras quentes

Como fazer uma massagem com pedras quentes

Massagens de pedra quente tornaram-se muito populares em spas e sofisticados clubes de saúde. Infelizmente para muitos de nós, estas massagens também podem ser bem caras. No entanto, não é difícil dar uma massagem pedras quentes básica para um amigo ou familiar. Seguindo esses passos, você irá assegurar que você pode oferecer uma experiência relaxante para aqueles que amam, e talvez até convencê-los a fazer o mesmo por você!


                Reuna os materiais necessários.
    Para uma massagem pedras quentes, você obviamente precisa de pedras que podem ser aquecidas. Pedras basalto são as escolhas habituais, embora alguns outros tipos também possam ser utilizados. Você pode comprar pedras de uma empresa fornecedora de massagens ou procurar as suas próprias pedras diretamente em um leito de rio. Procure por pedras de tamanhos variados que são completamente lisas, com os eventuais cantos ou pontas ásperas desgastados. Você também vai precisar de uma assadeira ou uma panela de barro para aquecer as pedras, algumas toalhas, óleo de massagem ou de bebe, e uma espumadeira para remover as pedras da água quente.

    Prepare as suas pedras quentes.
     Antes da primeira utilização, as pedras de basalto devem ser lavadas e "temperadas", ou mergulhadas em óleo. Você pode usar óleo de bebê, óleo de massagem, ou de óleos essenciais para isso. Para aquecer as pedras de uma massagem com pedras quentes, aqueça a água  numa assadeira ou panela de barro, e acrescente as pedras. Quando as pedras estiverem quentes, retire-as e seque-as completamente com uma toalha. Você terá que acompanhar de perto as pedras para ter certeza de que elas estão aquecidas, mas não muito quentes. Pedras de diferentes tamanhos retêm o calor de forma diferente, então faça um experimento antes de dar a sua primeira massagem de pedras quentes.

    Coloque as pedras quentes.
     Teste sempre as pedras na sua própria pele primeiro para se certificar que não estejam muito quente. Se as pedras estiverem muito quentes, você pode colocar uma toalha ou lençol entre as pedras e a pele. Coloque as pedras maiores sobre os músculos maiores: a parte inferior das costas de cada lado da coluna vertebral e da região escapular. Você também pode colocar pedras em cada lado da coluna, nos ombros, e em qualquer outro lugar que a pessoa que recebe a massagem desejar. Se a pessoa estiver deitada com suas palmas para cima, coloque uma pedra no meio da palma de cada mão. Se você tiver pedras pequenas, elas podem ser colocadas entre os dedos dos pés ou da mão para um relaxamento extra.

    Comece a massajar.
     Você pode massagear suavemente com as mãos ou uma pedra quente média. Para uma massagem com pedras, remova as pedras da superfície do corpo que você está se preparando para trabalhar, e passe a pedra aquecida devagar e cuidadosamente sobre a pele da pessoa. Massagens de pedra quente permitem que o calor penetre e relaxa os músculos ao invés de um trabalho profundo, por isso, use um toque suave. Lembre-se de seguir o que a pessoa deseja, quem recebe a massagem quer coisas que se sinta confortável.

    Substitua as pedras quentes, conforme necessário.
     Quando acabar de trabalhar sobre uma área específica, você pode ter que substituir as pedras por pedras aquecidas frescas, já que elas irão perder o seu calor. É uma boa ideia ter mais pedras aquecendo do que você precisa usar, de modo que nenhuma das pedras fique fria.

    Limpe e guarde suas pedras. Não se esqueça das extremidades.
     Pode-se ser extremamente relaxante utilizar pedras quentes nos braços, pernas, pés e mãos, de forma experimental, com autorização da pessoa que recebe a massagem. Tente colocar uma pedra quente na sola dos pés, ou muito suavemente na parte de trás do pescoço. Pulsos são outro local que podem precisar de relaxamento, principalmente para pessoas que escrevem muito.
    Depois que a massagem terminar, certifique-se lavar as pedras, de preferência com um purificador antibacteriano. Armazene-as em algum lugar onde elas permanecerão limpas e prontas para usar na próxima!

Com preparação cuidadosa e comunicação com a pessoa que recebe a massagem, massagem pedras quentes podem ser realizadas por qualquer pessoa. Mesmo as massagens de pedra quente mais básicas têm qualidades relaxantes. Esta é uma excelente forma de ajudar um membro da família ou amor a relaxar após um árduo dia de trabalho ou apoiar um amigo que esteja atravessando tempos difíceis

sexta-feira, 18 de março de 2011

Reflexologia

REFLEXOLOGIA


Donde veio?

As origens da Reflexologia remontam à Antiguidade, quando as terapias de pressão eram reconhecidas como uma forma de medicina preventiva e terapêutica. 

Embora não se saiba ao certo quando e como começou, as evidências indicam que a reflexologia tem sido praticada por diversas culturas ao longo da História. 

De acordo com uma teoria que goza de grande aceitação, a Reflexologia nasceu na China há cerca de 5000 anos. 
O documento mais antigo que descreve a prática da Reflexologia foi encontrado em escavações no Egipto. Trata-se de um pictograma produzido à volta de 2500 a 2330 a.c. e foi descoberto no túmulo de um médico egípcio, Ankmahar, em Saqqara. 
Pela observação do túmulo conclui-se tratar-se de uma pessoa muito importante na sua época e que gozava de grande prestígio. 


Reflexologia passou por diversas fases e foi praticada de várias maneiras ao longo dos anos, diferindo em estilo e localização dos pontos consoante o estudioso/terapeuta.

Hoje em dia, os estilos e mapas reflexológicos estão mais aproximados uns dos outros e poucas diferenças apresentam entre si!





O que é?
Como funciona? 

Não deve ser confundida com a massagem básica dos pés ou com massagem de corpo de maneira geral – é uma técnica específica de pressão que actua em pontos reflexos precisos dos pés com base na premissa de que as áreas reflexas dos pés correspondem a todas as partes do corpo. 

Como os pés representam um microcosmos do corpo, todos os órgãos, glândulas e outras partes do corpo estão dispostos num arranjo similar ao dos pés. 

reflexologia é uma arte suave, uma ciência e um método muito eficaz de tratamento. É uma técnica curativa holística – o termo holístico é derivado da palavra grega Holos que significa “inteiro” e, assim, procura tratar o indivíduo como uma entidade constituída de corpo, mente e espírito. 

A pressão é aplicada nas áreas reflexas dos pés com os dedos das mãos e usando técnicas específicas. 
Este procedimento provoca mudanças fisiológicas no corpo na medida em que o próprio potencial de cura do organismo é estimulado. 

Desta forma, os pés podem desempenhar um papel importantíssimo na conquista e manutenção de uma boa saúde. 




As principais áreas reflexas trabalhadas são: as mãos (reflexo palmar); os pés (reflexo podal); as orelhas (reflexo auricular); a coluna (reflexo vertebral); a face (reflexo facial); e o crânio (reflexo cranial)









sábado, 12 de março de 2011

O que é o Budismo?


O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo.

Quando pregava, o Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. É uma religião de sabedoria, onde conhecimento e inteligência predominam. O Budismo trouxe paz interior, felicidade e harmonia a milhões de pessoas durante sua longa história de mais de 2.500 anos.
O Budismo é uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira a leva-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Por ser uma maneira de viver que extrai os mais altos benefícios da vida, é freqüentemente chamado de "Budismo Humanista".




O Buda
O Budismo foi fundado na Índia, no séc. VI a.C.,  pelo Buda Shakyamuni. O Buda Shakyamuni nasceu ao norte da Índia (atualmente Nepal) como um rico príncipe chamado Sidarta.
Aos 29 anos de idade, ele teve quatro visões que transformaram sua vida. As três primeiras visões – o sofrimento devido ao envelhecimento, doenças e morte – mostraram-lhe a natureza inexorável da vida e as aflições universais da humanidade. A quarta visão — um eremita com um semblante sereno – revelou-lhe o meio de alcançar paz. Compreendendo a insignificância dos prazeres sensuais, ele deixou sua família e toda sua fortuna em busca de verdade e paz eterna. Sua busca pela paz era mais por compaixão pelo sofrimento alheio do que pelo seu próprio, já que não havia tido tal experiência. Ele não abandonou sua vida mundana na velhice, mas no alvorecer de sua maturidade; não na pobreza, mas em plena fartura.
Depois de seis anos de ascetismo, ele compreendeu que se deveria praticar o "Caminho do Meio", evitando o extremo da auto-mortificação, que só enfraquece o intelecto, e o extremo da auto-indulgência, que retarda o progresso moral. Aos 35 anos de idade (aproximadamente 525 a.C.), sentado sob uma árvore Bodhi, em uma noite de lua cheia, ele, de repente, experimentou extraordinária sabedoria, compreendendo a verdade suprema do universo e alcançando profunda visão dos caminhos da vida humana. Os budistas chamam essa compreensão de "iluminação". A partir de então, ele passou a ser chamado de Buda Shakyamuni (Shakyamuni significa "Sábio do clã dos Shakya"). A palavra Buda pode ser traduzida como: "aquele que é plenamente desperto e iluminado".




A fundação do budismo
O Buda não era um deus. Ele foi um ser humano que alcançou a iluminação por meio de sua própria prática. De maneira a compartilhar os benefícios de seu despertar, o Buda viajou por toda a Índia com seus discípulos, ensinando e divulgando seus princípios às pessoas, por mais de 45 anos, até sua morte, aos 80 anos de idade. De fato, ele era a própria encarnação de todas as virtudes que pregava, traduzindo em ações, suas palavras.
O Buda formou uma das primeiras ordens monásticas do mundo, conhecida como Sangha. Seus seguidores tinham as mais variadas características, e ele os ensinava de acordo com suas habilidades para o crescimento espiritual. Ele não exigia crença cega; ao contrário, adotava o "venha e experimente você mesmo", atitude que ganhou os corações de milhares.  Sua, era a senda da autoconfiança, que requeria esforço pessoal inabalável.
Após a morte de Shakyamuni, foi realizado o Primeiro Concílio Budista, que reuniu 500 membros, a fim de coletar e organizar os ensinamentos do Buda, os quais são chamados de Dharma. Este se tornou o único guia e fonte de inspiração da Sangha. Seus discursos são chamados de Sutras. Foi no Segundo Concílio Budista em Vaishali, realizado algumas centenas de anos após a morte do Buda, que as duas grandes tradições, hoje conhecidas como Theravada e Mahayana, começaram a se formar. Os Theravadins seguem o Cânone Páli, enquanto os Mahayanistas seguem os sutras que foram escritos em sânscrito.




Budismo chinês
Os ensinamentos do Buda foram transmitidos pela primeira vez, fora da Índia, no Sri Lanka, durante o reinado do Rei Ashoka (272 – 232 a.C.). Na China, a história registra que dois missionários budistas da Índia chegaram na corte do Imperador Ming no ano 68 d.C. e lá permaneceram para traduzir textos budistas. Durante a Dinastia Tang (602 – 664 d.C.), um monge chinês, Hsuan Tsang, cruzou o Deserto Ghobi até a Índia, onde reuniu e pesquisou sutras budistas. Ele retornou à China dezessete anos depois com grandes volumes de textos budistas e a partir de então passou muitos anos traduzindo-os para o chinês.
Finalmente, a fé budista se espalhou por toda a Ásia. Ironicamente, o Budismo praticamente se extinguiu na Índia em, aproximadamente, 1300 d.C. Os chineses introduziram o budismo no Japão. A tolerância, o pacifismo e a equanimidade promovidos pelo Budismo influenciaram significativamente a cultura asiática. Mais recentemente, muitos países ocidentais têm demonstrado considerável interesse pelas religiões orientais e centenas de milhares de pessoas vêm adotando os princípios do Budismo.




Ensinamentos do Buda
O Buda foi um grande professor. Ele ensinou que todos os seres vivos possuem Natureza Búdica idêntica e são capazes de atingir a iluminação através da prática. Se todos os seres vivos têm o potencial de tornar-se iluminados, são todos, portanto, possíveis futuros Budas. Apesar de haver diferentes práticas entre as várias escolas budistas, todas elas abraçam a essência dos ideais do Buda.



Karma e a Lei de Causa e Efeito
Uma pessoa é uma combinação de matéria e mente. O corpo pode ser encarado como uma combinação de quatro componentes: terra, água, calor e ar; a mente é a combinação de sensação, percepção, idéia e consciência. O corpo físico — na verdade, toda a matéria na natureza – está sujeito ao ciclo de formação, duração, deterioração e cessação.
O Buda ensinou que a interpretação da vida através de nossos seis sensores (olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e mente) não é mais do que ilusão. Quando duas pessoas experimentam um mesmo acontecimento, a interpretação de uma, pode levar à tristeza, enquanto a da outra, pode levar à felicidade. É o apego às sensações, derivadas desses seis sentidos, que resulta em desejo e ligação passional, vida após vida.
O Buda ensinou que todos os seres sencientes estão em um ciclo contínuo de vida, morte e renascimento, por um número ilimitado de vidas, até que finalmente alcancem a iluminação. Os budistas acreditam que os nascimentos das pessoas estão associados à consciência proveniente das memórias e do karma de suas vidas passadas. "Karma" é uma palavra em sânscrito que significa "ação, trabalho ou feito". Qualquer ação física, verbal ou mental, realizada com intenção, pode ser chamada de karma. Assim, boas atitudes podem produzir karma positivo, enquanto más atitudes podem resultar em karma negativo. A consciência do karma criado em vidas passadas nem sempre é possível; a alegria ou o sofrimento, o belo ou o feio, a sabedoria ou a ignorância, a riqueza ou a pobreza experimentados nesta vida são, no entanto, determinados pelo karma passado.
Neste ciclo contínuo de vida, seres renascem em várias formas de existência. Há seis tipos de existência: Devas (deuses), Asuras (semideuses), Humanos, Animais, Pretas (espíritos famintos) e Seres do Inferno. Cada um dos reinos está sujeito às dores do nascimento, da doença, do envelhecimento e da morte. O renascimento em formas superiores ou inferiores é determinado pelos bons ou maus atos, ou karma, que foi sendo produzido durante vidas anteriores. Essa é a lei de causa e efeito. Entender essa lei nos ajuda a cessar com todas nossas ações negativas.


Nirvana
Através da prática diligente, do proporcionar compaixão e bondade amorosa a todos os seres vivos, do condicionamento da mente para evitar apegos e eliminar karma negativo, os budistas acreditam que finalmente alcançarão a iluminação. Quando isso ocorre, eles são capazes de sair do ciclo de morte e renascimento e ascender ao estado de nirvana. O nirvana não é um local físico, mas um estado de consciência suprema de perfeita felicidade e liberação. É o fim de todo retorno à reencarnação e seu compromisso com o sofrimento.




O conceito de sofrimento
O Buda Shakyamuni ensinou que uma grande parcela do sofrimento em nossas vidas é auto-infligido, oriundo de nossos pensamentos e comportamento, os quais são influenciados pelas habilidades de nossos seis sentidos. Nossos desejos – por dinheiro, poder, fama e bens materiais – e nossas emoções – tais como, raiva, rancor e ciúme – são fontes de sofrimento causado por apego a essas sensações. Nossa sociedade tem enfatizado consideravelmente beleza física, riqueza material e status. Nossa obsessão com as aparências e com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito são também fontes de sofrimento.
Portanto, o sofrimento está primariamente associado com as ações de nossa mente. É a ignorância que nos faz tender à avidez, à vontade doente e à ilusão. Como conseqüência, praticamos maus atos, causando diferentes combinações de sofrimento. O Budismo nos faz vislumbrar maneiras efetivas e possíveis de eliminar todo o nosso sofrimento e, mais importante, de alcançar a libertação do Ego do ciclo de nascimento, doença e morte.




As quatro nobres verdades e o nobre caminho óctuplo
As Quatro Nobres Verdades foram compreendidas pelo Buda em sua iluminação. Para erradicar a ignorância, que é a fonte de todo o sofrimento, é necessário entender as Quatro Nobres Verdades, caminhar pelo Nobre Caminho Óctuplo e praticar as Seis Perfeições (Paramitas).
As Quatro Nobres Verdades são:
1. A Verdade do Sofrimento.
A vida está sujeita a todos os tipos de sofrimento, sendo os mais básicos nascimento, envelhecimento, doença e morte. Ninguém está isento deles.
2. A Verdade da Causa do Sofrimento.
A ignorância leva ao desejo e à ganância, que, inevitavelmente, resultam em sofrimento. A ganância produz renascimento, acompanhado de apego passional durante a vida, e é a ganância por prazer, fama ou posses materiais que causam grande insatisfação com a vida.
3. A Verdade da Cessação do Sofrimento.
A cessação do sofrimento advém da eliminação total da ignorância e do desapego à ganância e aos desejos, alcançando um estado de suprema bem-aventurança ou nirvana, onde todos os sofrimentos são extintos.
4. O Caminho que leva à Cessação do Sofrimento.
O caminho que leva à cessação do sofrimento é o Nobre Caminho Óctuplo.
O Nobre Caminho Óctuplo consiste de:
  1. Compreensão Correta. Conhecer as Quatro Nobres Verdades de maneira a entender as coisas como elas realmente são.
  2. Pensamento Correto. Desenvolver as nobres qualidades da bondade amorosa e da aversão a prejudicar os outros.
  3. Palavra Correta. Abster-se de mentir, falar em vão, usar palavras ásperas ou caluniosas.
  4. Ação Correta. Abster-se de matar, roubar e ter conduta sexual indevida.
  5. Meio de Vida Correto. Evitar qualquer ocupação que prejudique os demais, tais como tráfico de drogas ou matança de animais.
  6. Esforço Correto. Praticar autodisciplina para obter o controle da mente, de maneira a evitar estados de mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.
  7. Plena Atenção Correta. Desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos insanos.
  8. Concentração Correta. Obter serenidade mental e sabedoria para compreender o significado integral das Quatro Nobres Verdades.
Aqueles que aceitam este Nobre Caminho como um estilo de vida viverão em perfeita paz, livres de desejos egoístas, rancor e crueldade. Estarão plenos do espírito de abnegação e bondade amorosa.




As seis perfeições
As Quatro Nobres Verdades são o fundamento do Budismo e entender o seu significado é essencial para o autodesenvolvimento e alcance das Seis Perfeições, que nos farão atravessar o mar da imortalidade até o nirvana.
As Seis Perfeições consistem de:
  1. Caridade. Inclui todas as formas de doar e compartilhar o Dharma.
  2. Moralidade. Elimina todas as paixões maléficas através da prática dos preceitos de não matar, não roubar, não ter conduta sexual inadequada, não mentir, não usar tóxicos, não usar palavras ásperas ou caluniosas, não cobiçar, não praticar o ódio nem ter visões incorretas.
  3. Paciência. Pratica a abstenção para prevenir o surgimento de raiva por causa de atos cometidos por pessoas ignorantes.
  4. Perseverança. Desenvolve esforço vigoroso e persistente na prática do Dharma.
  5. Meditação. Reduz a confusão da mente e leva à paz e à felicidade.
  6. Sabedoria. Desenvolve o poder de discernir realidade e verdade.
A prática dessas virtudes ajuda a eliminar ganância, raiva, imoralidade, confusão mental, estupidez e visões incorretas. As Seis Perfeições e o Nobre Caminho Óctuplo nos ensinam a alcançar o estado no qual todas as ilusões são destruídas, para que a paz e a felicidade possam ser definitivamente conquistadas. 




Tornar-se um Buda
Ao desejar tornar-se budista, deve-se receber refúgio na Jóia Tríplice, como um comprometimento com a prática dos ensinamentos do Buda. A Jóia Tríplice consiste no Buda, no Dharma e na Sangha.
Budistas laicos podem também fazer voto de praticar cinco preceitos em suas vidas diárias. Os Cinco Preceitos são: não matar, não roubar, não ter conduta sexual inadequada, não mentir e não se intoxicar. O preceito de não matar se aplica principalmente a seres humanos, mas deve ser estendido a todos os seres sencientes. É por isso que a Sangha e muitos budistas devotos são vegetarianos. No entanto, não é preciso ser  vegetariano para tornar-se budista. O quinto preceito – não se intoxicar – inclui abuso de drogas e álcool. O entendimento deste preceito é uma precaução, por não ser possível manter a plena atenção da consciência e comportamento apropriado quando se está drogado ou bêbado.
Os budistas são incentivados a manter estes preceitos e a praticar bondade amorosa e compaixão para com todos os seres. Os preceitos disciplinam o comportamento e ajudam a diferenciar entre certo e errado. Através do ato de disciplinar pensamento, ação e comportamento, pode-se evitar os estados de mente que destroem a paz interior. Quando um budista incidentalmente quebra um dos preceitos, ele não busca o perdão do pecado por parte de uma autoridade superior, como Deus ou um padre. Ao invés disso, se arrepende e analisa o porquê de ter quebrado o preceito. Confiando em sua sabedoria e determinação, modifica seu comportamento para prevenir a recorrência do mesmo erro. Ao fazer isso, o budista confia no esforço individual de auto-análise e auto-perfeição. Isto ajuda a restaurar paz e pureza de mente.
Muitos budistas montam um altar em um canto tranqüilo de suas casas para a recitação de mantras e a meditação diária. [Um mantra é uma seqüência de palavras que manifestam certas forças cósmicas, aspectos ou nomes dos budas. A repetição contínua de mantras é uma forma de meditação.] O uso de imagens budistas em locais de culto não deve ser visto como idolatria, mas como simbologia. Enfatiza-se o fato de que essas imagens em templos ou altares domésticos servem apenas para nos lembrar a todo momento das respectivas qualidades daquele que representam, o Iluminado, que nos ensinou o caminho da liberação. Fazer reverências e oferendas são manifestações de respeito e veneração aos Budas e Bodhisattvas.




Meditação
A meditação é comumente praticada pelos budistas para obter felicidade interior e cultivar sabedoria, de forma a alcançar a purificação da mente e a libertação. É uma atividade de consciência mental.
A felicidade que obtemos do ambiente físico que nos envolve não nos satisfaz verdadeiramente nem nos liberta de nossos problemas. Dependência de coisas impermanentes e apego à felicidade do tipo "arco-íris" produz somente ilusão, seguida de pesar e desapontamento. Segundo o Budismo, existe felicidade verdadeira e duradoura e todos temos o potencial de experimentá-la. A verdadeira felicidade jaz nas profundezas de nossa mente, e os meios para acessá-la podem ser praticados por qualquer um. Se compararmos a mente ao oceano, pensamentos e sentimentos tais como alegria, irritação, fantasia e tédio poderiam ser comparados a ondas que se levantam e voltam a cair por sobre sua superfície. Assim como as ondas se amansam para revelar a quietude nas profundidades do oceano, também é possível acalmar a turbulência de nossas mentes e revelar pureza e claridade naturais. A meditação é um meio de alcançar isso.
Nossas ilusões, incluindo ciúmes, raiva, desejo e orgulho, originam-se da má compreensão da realidade e do apego habitual à nossa maneira de ver as coisas. Através da meditação, podemos reconhecer nossos erros e ajustar nossa mente para pensar e reagir de maneira mais realista e honesta. Esta transformação mental acontece gradualmente e nos liberta das falácias instintivas e habituais, nos permitindo adquirir familiaridade com a verdade. Podemos, então, finalmente, nos libertar de problemas como insatisfação, raiva e ansiedade. Finalmente, compreendendo a maneira como as coisas de fato funcionam, nos é possível eliminar completamente a própria fonte de todos os estados mentais incômodos.
Assim, meditação não significa simplesmente sentar-se em uma determinada postura ou respirar de uma determinada maneira; estes são apenas recursos para a concentração e o alcance de um estado de mente estável. Apesar de diferentes técnicas de meditação serem praticadas em diferentes culturas, todas elas partilham o princípio comum de cultivar a mente, de forma a não permitir que uma mente destreinada controle nosso comportamento.
''A vida humana é preciosa e, no entanto, nós a conseguimos.
O Dharma é precioso e, no entanto, nós o ouvimos.
Se não nos cultivarmos nesta vida,
Quando teremos essa chance novamente?''



Características do budismo
Bodhisattva — Um ser iluminado que fez o voto de servir generosamente a todos os seres vivos com bondade amorosa e compaixão para aliviar sua dor e sofrimento e levá-los ao caminho da iluminação. Existem muitos Bodhisattvas, mas os mais populares no Budismo Chinês são os Bodhisattvas Avalokiteshvara, Kshitigarbha, Samantabhadra e Manjushri.
Bodhisattva Avalokiteshvara (Kuan Yin Pu Sa) —  "Aquele que olha pelas lágrimas do mundo". Este Bodhisattva oferece sua grande compaixão para a salvação dos seres. Os muitos olhos e mãos representados em suas várias imagens simbolizam as diferentes maneiras pelas quais todos os seres são ajudados, de acordo com suas necessidades individuais. Originalmente representado por uma figura masculina, Avalokiteshvara é, hoje em dia, geralmente caracterizado, na China, como uma mulher.
Bodhisattva Kshitigarbha (Guardião do Mundo) — Sempre usando um cajado com seis anéis, ele possui poderes sobre o inferno. Ele fez o grande voto de salvar os seres que ali sofrem.
Curvar-se em reverência — Este ato significa humildade e respeito. Os budistas se curvam em respeito ao Buda e aos Bodhisattvas e, também, para recordar-se das qualidades virtuosas que cada um deles representa.
Buda — Este é muito mais do que um simples nome. A raiz Budh significa "estar ciente ou completamente consciente de". Um Buda é um ser totalmente iluminado.
Buda Shakyamuni (o fundador do Budismo) — Nasceu na Índia. Em busca da verdade, deixou sua casa e, disciplinando-se severamente, tornou-se um asceta. Finalmente, aos 35 anos, debaixo de uma árvore Bodhi, compreendeu que a maneira de libertar-se da cadeia de renascimento e morte era através de sabedoria e compaixão – o "caminho do meio". Fundou sua comunidade, a qual tornou-se conhecida como Budismo.
Buda Amitabha  (Buda da Luz e Vida Infinitas) — É associado com a Terra Pura do Ocidente, onde recebe seres cultivados que chamam por seu nome.
Bhaishajya Guru (O Buda da Medicina) — Cura todos os males, inclusive o mal da ignorância.
Buda Maitreya (O Buda Feliz) — É o Buda do Futuro. Depois de Shakyamuni ter se iluminado, ele é aguardado como sendo o próximo Buda.
Instrumentos do Dharma — Estes instrumentos são encontrados nos templos budistas e são utilizados por monges durante as cerimônias. O "peixe" de madeira é normalmente colocado à esquerda do altar, o gongo, à direita e o tambor e o sino, também à direita, porém um pouco mais distantes.
Incenso — É oferecido com respeito. O incenso aromático purifica não só a atmosfera, mas também a mente. Assim como sua fragrância alcança longas distâncias, bons atos também se espalham em benefício de todos.
Flor de Lótus — Pelo fato de brotar e se desenvolver  em águas lamacentas e turvas e, ainda assim, manifestar delicadeza e fragrância, a Flor de Lótus é o símbolo da pureza. Também significa tranqüilidade e uma vida distinta e sagrada.
Mudra – Os gestos das mãos que geralmente se vêem nas representações do Buda, são chamados de "mudras", os quais propiciam comunicação não-verbal. Cada mudra tem um significado específico. Por exemplo, as imagens do Buda Amitabha, normalmente, apresentam a mão direita erguida com o dedo indicador tocando o polegar e os outros três dedos estendidos para cima para simbolizar a busca da iluminação, enquanto a mão esquerda mostra um gesto similar, só que apontando para o chão, simbolizando a libertação de todos os seres sencientes.  Nas imagens em que ele aparece sentado, ambas as mãos estão posicionadas à frente, abaixo da cintura, com as palmas voltadas para cima, uma contendo a outra, o que simboliza o estado de meditação. No entanto, se os dedos da mão direita estiverem apontando para baixo, isso simboliza o triunfo do Dharma sobre seres desencaminhados que relutam em aceitar o autêntico crescimento espiritual.
Oferendas — Oferendas são colocadas no altar budista pelos devotos. Fazer uma oferenda permite que reflitamos sobre a vida, confirmando as leis de reciprocidade e interdependência. Objetos concretos podem ser ofertados em abundância, no entanto, a mais perfeita oferenda é um coração honesto e sincero.
Suástica — Foi um símbolo auspicioso na Índia antiga, Pérsia e Grécia, simbolizando o  sol, o relâmpago, o  fogo e  o fluxo da água. Este símbolo foi usado pelos budistas por mais de dois mil anos para representar a virtude, a bondade e a pureza do "insight" de Buda em relação ao alcance da iluminação. (Neste século, Hitler escolheu este símbolo para seu Terceiro Reich, mas inverteu sua direção, o denominou "Suástica" e o usou para simbolizar a superioridade da raça ariana.)
Fo Tzu (Pérolas de Buda) — Também conhecido como rosário budista. É um instrumento usado para controlar o número de vezes que se recita os nomes sagrados do Buda, dos Bodhisattvas ou para recitar mantras. Se usado com devoção no coração, ajuda-nos  a limpar nossa mente ilusória, purifica nossos pensamentos e ainda resgata nossa original e imaculada Face Verdadeira. São constituídos de contas que podem ser de diferentes tipos: sementes de árvore Bodhi, âmbar, cristal, olho de tigre, ametista, coral, quartzo rosa, jade, entre outros.




Perda e pesar
Que a vida não é livre de sofrimento, é um fato. Sofremos com o envelhecimento, com as doenças e com a morte. O sofrimento tem de ser tolerado pelos vivos e pelos mortos. O propósito supremo do ensinamento do Buda é fazer-nos compreender a causa do sofrimento e encontrar um meio correto de superá-lo.
O Buda nos disse em seus ensinamentos que toda matéria, vivente ou não-vivente, estava constantemente sujeita a mudanças cíclicas. As coisas não-viventes passam por mudanças de formação, duração, deterioração e desaparecimento, enquanto que as coisas viventes passam por nascimento, doença, envelhecimento e morte. Mudar a todo momento mostra a natureza impermanente de nosso próprio corpo, mente e vida. Esta impermanência que temos de enfrentar é inevitável.
O Buda enfatizou que a principal razão do sofrimento é nosso imenso apego a nosso corpo, que é sempre identificado como "eu". Todo sofrimento brota desse apego ao "eu". Para sermos mais exatos, é a "consciência" que se abriga temporariamente no corpo existente, o qual funciona somente como uma casa. Por isso, a concepção  comum de que o "eu" é o corpo físico está equivocada. Ao invés disso, seu corpo atual é somente uma propriedade neste tempo de vida.  Quando nossa casa fica muito velha, todos nós adoramos a idéia de mudar para uma nova casa. Quando nossa roupa está muito usada, ansiamos por comprar roupas novas. Na hora da morte, quando a "consciência" abandona o corpo, isso é simplesmente encarado como a troca de uma casa velha por uma nova.
A morte é meramente a separação de corpo e "consciência". A "consciência" continua, sem nascimento ou morte, e  busca "abrigo" em um novo corpo. Se entendermos isso, não há razão para lamentações. Ao contrário, deveríamos ajudar os que estão à beira da morte a ter um nascimento positivo, ou, simbolicamente, mudar de casa.
No contexto acima, um relacionamento de família ou de amizade existe em "consciência" mais do que em um corpo físico. Não fiquemos tristes por um filho que estuda do outro lado do mundo, por sabermos que ele está distante. Se tivermos a compreensão correta da verdade da vida e do universo, encararmos a morte como o começo de uma nova vida, e não como um ponto final, sem esperança, poderemos perceber que nossos sentimentos de perda e pesar não passam de ilusões através das quais somos enganados. Lamentar a morte é o resultado da ignorância da verdade da vida e o apego a um corpo físico impermanente.




Oito consciências
No Budismo, aquilo que normalmente chamamos de "alma" é, na verdade, uma integração das oito consciências. As consciências dos cinco sentidos — visão, audição, olfato, paladar e tato – mais a sexta, que é o sentido mental, que formula as idéias a partir das mensagens recebidas pelos cinco sentidos. A sétima é o centro do pensamento (manas) que pensa, deseja e raciocina. A oitava é a consciência ou, como também é chamada, o "armazém" (alaya).
Os primeiros seis sentidos não possuem inteligência fora de sua área de atuação; ao invés disso, eles são reportados a manas sem interpretações. Manas é como um general em seu quartel, juntando todas as informações enviadas, transferindo-as, arranjando-as, e devolvendo ordens aos seis sentidos. Ao mesmo tempo, manas está conectado com alaya. Alaya, o armazém, é o depósito onde as ações do karma são armazenadas desde o início dos tempos. Ações ou pensamentos praticados por uma pessoa são um tipo de energia espiritual, acrescentada a alaya por manas.
As ações armazenadas em alaya ali permanecem até que encontrem uma oportunidade favorável para manifestar-se. No entanto, alaya não pode agir por si mesmo, já que não possui nenhuma energia ativa. O agente discriminador, ou a vontade, é manas, o centro do pensamento, o qual pode agir sobre alaya para que ele desperte de seu estado dormente e seja responsável pelo nascimento de objetos individuais, sejam eles bons, maus ou neutros. Uma pessoa pode ter acumulado incontável karma, positivo ou negativo, em vidas passadas. No entanto, se ela não permitir que ele se manifeste, é como se ele não existisse. É como plantar sementes no solo. Se não houver condições adequadas para seu desenvolvimento, as sementes não brotarão. Assim, se plantarmos boas ações nesta vida, as ações de nosso karma negativo anterior não terá chance de se desenvolver nas atividades discriminadoras. Manas está sempre trabalhando em conjunção com a mente e os cinco sentidos; ele é responsável pelas conseqüências dos desejos, paixões, ignorância, crenças, etc. É absolutamente essencial manter manas funcionando corretamente, de forma a que ele interrompa a criação de karma negativo, e, ao invés disso, deposite boas ações em alaya. Isto é possível, já que manas não tem vontade cega, mas é inteligente e capaz de iluminação. Manas é o eixo ao redor do qual toda a disciplina budista se movimenta.
A morte é o processo de ter essas oito partes da consciência deixando o corpo em seqüência, sendo alaya o último. Isso leva cerca de oito horas para acontecer. Assim, o processo da morte não acaba quando a respiração cessa ou quando o coração para de bater, pois a consciência do ser que morre ainda vive. Quando a consciência deixa o corpo, essa, sim, é a hora real da morte.




Os seis reinos
Apesar de a qualidade do renascimento ser determinada pelo acúmulo total de karma, o estado de mente da pessoa que está morrendo, no momento da morte, está, também, relacionado com seu próximo rumo na transmigração para um dos seis reinos da vida. Os seis reinos da vida incluem seres celestiais, semideuses, seres humanos e três reinos malignos: animais, espíritos famintos e seres infernais. Atitudes incômodas e  impróprias por parte das pessoas ao seu redor, como lamentações ou movimentação do corpo, tendem a aumentar a dor e a agonia daquele que está morrendo, causando raiva e apego que, quase sempre, sugam a "consciência" emergente para os reinos malignos. Para ajudar a pessoa que está morrendo, não se deve incomodá-la antes da morte até, pelo menos, oito horas depois da parada da respiração; ao contrário, deve-se ajudá-la a manter a calma e uma mente pacífica, ou oferecer suporte com práticas espirituais tais como recitação de mantras.




Funeral
A prática funeral budista é normalmente conduzida com solenidade. Não se estimula o luto. Um altar simples, com uma imagem do Buda, é montado. Há queima de incenso e oferenda de frutas e flores. Se a família assim o desejar, pode haver monges budistas ministrando bênçãos e recitando sutras e os vários nomes do Buda, juntamente com pessoas laicas. Estes procedimentos podem ser seguidos de um elogio à memória do morto. Certos rituais de luto, como vestir roupas brancas, caminhar com um cajado, lamuriar-se para expressar o grande efeito do seu pesar, queimar dinheiro, casas ou roupas feitas de papel para o morto, são, às vezes, considerados como sendo práticas budistas. Na verdade, esses são costumes tradicionais chineses.
A cremação é prática usual no Budismo – 2.500 anos atrás, o Buda disse a seus discípulos que cremassem seu corpo após a sua morte. No entanto, alguns budistas preferem velar seus mortos. A cremação pode ser escolhida, também, por questões de saúde ou de custo.